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Coemergência | Podcast

88 Episodes

19 minutes | Mar 10, 2023
Mudita #2 (com Caroline Bertolino)
Seres de todos os reinos, A coluna Mudita é um convite a exercitarmos uma comunicação mais consciente em nossas vidas individuais e coletivas. É certamente correto que precisamos falar sobre o sofrimento, preferencialmente de maneiras que nos ajudem a ultrapassá-lo. Mas é também importante seguirmos uma direção afirmativa, positiva, propositiva, e falarmos daquilo que desejamos nutrir no mundo. A convidada pra essa rodada de fala apreciativa é a psicóloga Caroline Bertolino, especialista em autocompaixão. Quer saber o que ela tinha a dividir? É só dar o play e vir se alegrar com a gente!
101 minutes | Jan 19, 2023
#75 O poder da bondade (com Lama Jigme Lhawang)
Seres de todos os reinos, somos o Coemergência, seu podcast sazonal, e estamos de volta para dividir com vocês uma gravação recente que adoramos fazer. Tivemos a alegria de conversar com Lama Jigme Lhawang, professor brasileiro do Dharma, ordenado pela linhagem Drukpa, e que está envolvido em uma série de iniciativas que admiramos. Entre elas, é o idealizador do Instituto de Ciências Contemplativas do Brasil, por meio do qual oferece o programa Kindfulness. O Lama Lhawang falou bastante sobre essas iniciativas com a gente, além de contar um pouco mais sobre o podcast que iniciou em 2022 para falar sobre temas sensíveis não estamos tão acostumados a ouvir de professores budistas.
92 minutes | Jan 2, 2023
#74 Cuidado, silêncios e outros temas de literatura (com Fernanda Sousa)
Seres de todos os reinos, O Coemergência #74 se situa em várias travessias: entre a fala e o silêncio, entre a experiência e a linguagem, entre as violências estruturais e a agência de pessoas que anseiam, sonham, criam. Esses são alguns dos aspectos das belíssimas reflexões trazidas pela pesquisadora Fernanda Sousa. Ela tem investigado a literatura, e especificamente os diários, de Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto, "à luz de uma tradição literária e musical afrodiaspórica" em seu doutorado no Programa de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo. A Fernanda, dentre outras coisas, também publicou várias resenhas na Folha de São Paulo, traduziu intelectuais da diáspora negra e escreveu o posfácio de Perder a Mãe: uma jornada pela rota atlântica da escravidão, a edição brasileira de Lose Your Mother, de Saidiya Hartman, publicada pela Bazar do Tempo. Para além do interesse que poderíamos ter mais específico por literatura ou pelo diário desses autores, é muito digno de nota o quanto aspectos da sociedade brasileira, e da história dessa sociedade tão estruturada pelo racismo, se permite ver nesse microcosmos. Mas textos e pessoas nunca são apenas um reflexo das estruturas. Ao abordar os diários e sua autoria, a Fernanda nos convida também a reflexões éticas: o que seria ler com uma ética do cuidado? Como os silêncios, mas também os silenciamentos, se manifestam na literatura? Se eu a entendo corretamente, parece que um ponto relevante é o respeito à complexidade das pessoas e suas experiências, que nunca podem ser inteiramente capturadas na linguagem, nem tornadas superficiais em vez de profundas. São pessoas que, por exemplo, resistem, mas que também fazem muito mais que resistência.
102 minutes | Oct 13, 2022
#73 Experiências sensoriais como saída para corpos esgotados (com Danilo Patzdorf)
Seres de todos os reinos, estamos de volta com mais um episódio do Coemergência. Desta vez para tratar de um tema urgente e pouco discutido: a crise da sensibilidade e seus efeitos nas nossas vidas. Convidamos para nosso papo o artista, educador e pesquisador do corpo Danilo Patzdorf (@danilopatzdorf). Danilo é uma daquelas pessoas raras que entra com corpo-alma-mente em investigações teórico-práticas motivadas pelo desejo de entender as causas do nosso sofrimento. Este ano ele defendeu a tese “A somatopolítica neoliberal e a crise da sensibilidade do corpo ocidental“, em arte-educação, na ECA/USP. Se ficou difícil de entender, não se preocupe. Danilo foi super generoso e explicou tudo pra gente! Sua hipótese é que sofremos em grande medida por conta do distanciamento com nossa dimensão estética, sensível e sensorial, o que fragiliza nossa capacidade de perceber e enfrentar aquilo que nos tira energia e que nos impede de dar sentido à existência. O papo foi muito provocante. Esperamos que apreciem tanto quanto apreciamos.
119 minutes | Oct 2, 2022
Interser #10 | Políticas Públicas Solidárias (com Lorena Barberia)
Seres de todos os reinos, Muitas vezes nesse podcast falamos, e com razão, sobre como não basta tratarmos apenas da dimensão individual de nosso bem-estar e sofrimento; afinal, existimos de maneira interdependente. Mas pode ser muito importante concretizarmos um pouco mais essa afirmação. Em nossos sociedades contemporâneas, o que significa pensar também sobre as dimensões sistêmicas de nossas vidas? Certamente o tema das políticas públicas é de grande importância. Tendo isso em mente, a coluna Interser teve a honra de receber Lorena Barberia, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, dentre muitas outras coisas. A professora Lorena falou detalhadamente sobre o tema da pandemia, uma área que deixa particularmente clara a insuficiência de abordagens meramente individuais para problemas coletivos, bem como do combate à fome no Brasil e questões mais amplas sobre saúde pública. Para quem quiser nos apoiar, estamos em apoia.se/coemergencia. Cada apoio faz muita diferença! Que nosso voto amanhã reflita nosso compromisso mais profundo com a teia de seres vivos. Que seja um passo rumo a um mundo sem fome, sem exploração, se destruição da natureza, sem genocídio indígena e do povo negro, sem violências de raça e gênero. Nada disso se resolve inteiramente nas urnas, nem perto disso, mas a construção é facilitada ou enormemente impossibilitada por meio delas.
114 minutes | Aug 18, 2022
#72 Meditação na Quebrada (com Flavia Kolchraiber, Thais Aparecida e Wender de Campos)
Durante um evento em São Paulo, o nosso amigo Valentin Conde, que já foi entrevistado por aqui, nos apresentou a Flavia Kolchraiber. Ele contou que a Flavia está fazendo um trabalho lindo com meditação e práticas contemplativas em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, e achou que seria legal um programa com ela no Coemergência. Nós achamos também, muito. E depois de uma breve conversa, achamos que uma outra boa ideia seria trazer com ela dois jovens que estão participando dessas iniciativas lá em Parelheiros. E assim foi. A Thais Aparecida e o Wender Gomes de Campos toparam nosso convite e deixaram essa conversa muitíssimo mais rica, falando sobre como tem sido esse processo a partir de suas próprias experiências. Essa edição foi tão importante pra gente porque é um tema sempre presente nas nossas reflexões. A ausência de diversidade nos ambientes ligados à meditação e às práticas contemplativas no Brasil é clara, notória e algo que sempre nos gerou incômodos e questionamentos. Ainda que essas barreiras não estejam colocadas de maneira explícita, parece que as práticas de meditação e os ensinamentos associados a elas não são pra todo mundo. Afinal, quando olhamos pras pessoas interessadas ou que integram esses grupos, o cenário é sempre um pouco parecido. Pessoas brancas, de classes sociais privilegiadas e com alta escolarização. As excessões sempre existiram também, é claro, mas a paisagem geral soa pouco convidativa para quem não se enxerga representado por esses esteriótipos. Chacoalhar essa realidade é urgente, e iniciativas como a da Flavia podem nos oferecer um horizonte pra isso. Nossa aspiração é de que esse episódio possa ajudar a inspirar esse movimento.
73 minutes | Aug 5, 2022
#71 Tem algo errado comigo
Tudo que percebemos como inadequação só pode existir à luz de uma norma do que seja o adequado. E há áreas da vida em que, de fato, precisamos de referenciais: na ética, por exemplo, referenciais lúcidos e maleáveis, acompanhados da atenção às situações em sua concretude, são muito úteis, e sua ausência pode ser perigosa. Mas a comparação da nossa experiência com uma “segunda coisa” pode também nos colocar em luta contra a vida como ela é, nesse momento, e produzir um senso de inadequação e de insuficiência muito injusto para seres com tanto a oferecer ao mundo, como todos, sem exceção, somos. O episódio #71 apresenta a primeira de duas partes de uma conversa sobre o cultivo da atitude de “aceitação radical” em relação à nossa experiência, exemplificada nos domínios do corpo, das sensações, da mente e dos fenômenos. Há muito o que explorar no assunto, desde a distinção entre aceitação e passividade até as dificuldades e potencialidades de uma maior abertura à vida, e é evidente que mal arranhamos a superfície. Mas como a honestidade com nós mesmos e uns com os outros é a base de bons relacionamentos, mesmo essa abordagem exploratória pode render alguns bons frutos. Onde quer que você esteja, qualquer que seja a sua experiência agora, que esse papo possa ser uma boa companhia para você!
20 minutes | Jul 19, 2022
Mudita #1 (com Denise Kato)
Mudita, ou alegria empática, é uma das "quatro qualidades incomensuráveis" na tradição budista, junto com amor, compaixão e equanimidade. Ela é a expressão de nossa capacidade de nos alegrarmos com as alegrias dos outros - dos seres que pensamos ser "outros" - e, especialmente no budismo tibetano, a apreciação pelas virtudes que geram a felicidade e suas causas. O objetivo dessa coluna é falar sobre virtudes, ações no mundo e artefatos culturais que apreciamos. Mudita não é apenas para budistas, pois é uma potencialidade da consciência de todos. Também não é frivolidade nem "positividade tóxica": as quatro qualidades se combinam e se fortalecem mutuamente, evitando que as demais tomem uma direção errada. Assim, é importante falarmos do sofrimento e suas causas com o intuito de ultrapassá-los (isto é compaixão), mas nossa capacidade de agir no mundo de maneira compassiva, bem como amorosa e inclusiva, é ampliada pela nossa apreciação por tudo que é digno de apreciação. Basta investigar: quantos livros, movimentos sociais, teorias, filmes, exemplos positivos você não conheceu porque alguém falou apreciativamente a respeito? Quantas qualidades em nós mesmos não foram fortalecidas pela fala apreciativa de outra pessoa? A primeira convidada dessa coluna é a querida Denise Kato. Denise é professora e praticante de meditação e mindfulness, inclusive na linhagem de Plum Village, a comunidade fundada por seu professor Thich Nhat Hanh. Ela nos trouxe lindas contemplações e exemplos de mudita com sua fala gentil e atenta. Alegria!
93 minutes | Jun 15, 2022
#70 Biologia e interdependência (com Bruna Buch)
Uma das belezas de perspectivas como “interdependência” e “causalidade mútua” é a possibilidade de contemplá-las através dos mais diversos ângulos, tradições e disciplinas. Nós não precisaríamos manter esses conceitos em um nível puramente abstrato, separados das nossas próprias vidas e das vidas dos seres. De fato, segundo vários seres de sabedoria, nós temos tudo a ganhar ao perder a ilusão de separação e abrir mão de toda a violência que ela gera em nossa relação com o mundo, objetificando-o. Se está em jogo reconhecer, respeitar e apreciar a vida onde quer que haja vida, por que não buscar reflexões e exemplos de interdependência no campo da biologia? Não haverá ganhos em contemplar o mundo para além de uma perspectiva meramente antropocêntrica? Não há sabedoria a ser aprendida com outras espécies que não a nossa? A nossa convidada diz que sim. Trata-se da querida Bruna Buch (@brunabuch @holobiotika), uma bióloga cuja trajetória acadêmica inclui um doutorado em Microbiologia, e que também busca explorar o diálogo entre o budismo e a biologia. Além disso, ela é co-facilitadora na Comunidade de Aprendizagem do Trabalho que Reconecta junto com as queridas Lia Beltrão e Polliana Zocche. A Bruna conduz, atualmente, oficinas e estudos baseados na visão sistêmica da vida e na espiral do TQR, e ao final do episódio vocês com certeza vão querer colar na página @holobiotika no instagram para saber de todas essas atividades, assim como a do próprio TQR, essa beleza de metodologia criada pela ecofilósofa, e ecosatva mesmo, Joanna Macy. Gostaria de convidar quem se alegra com o nosso movimento a considerar a possibilidade de nos apoiar pelo apoia.se/coemergencia. Para criadores independentes de conteúdo, esse tipo de apoio é muito importante para viabilizar os projetos, e com certeza também é o nosso caso. Se você quiser pagar um café, um almoço, uma conta ou quem sabe até uma cenoura para gente por mês, ficaremos muito gratos! Aproveitem bem o grande conhecimento da Bruna, e que possamos todes sair dessa conversa com o olhar apreciativo para a imensa beleza dessa teia viva tão complexa da qual somos parte! Que possamos nunca mais nos sentir separados! Um ótimo programa para todo mundo!
87 minutes | May 27, 2022
#69 Pagar para ver: testando nossas teorias sobre a vida
Seres de todos os reinos, para o Coemergência #69, nós nos reunimos para compartilhar o que nos acontece quando decidimos questionar e testar, em primeira pessoa, nossas teorias, crenças e fantasias sobre o mundo. Você já experimentou abdicar das certezas que tem, aquelas que nos deixam seguros e supostamente no controle, e pagar pra ver o que acontece quando nos permitimos arriscar outros percursos, outros movimentos, outros eus? A tarefa não é fácil. Atuar de modo diferente diante de experiências que acionam gatilhos importantes exige um grande esforço nosso. Mas o resultado parece ser muito compensador. Sem querer dar spoiler, parece que nos expandimos e o mundo se expande junto com a gente. Dá o play que a gente explica no caminho! Onde? Site, Spotify e demais agregadores. Link na bio. O Grupo de Estudos sobre os Mundos está indo para a sua terceira semana estudando o tema amor. Ainda dá pra participar (mas é melhor vir logo!): link na bio. O apoio da rede é muito importante para a sustentação do projeto. Se quiser nos apoiar, estamos em apoia.se/coemergencia.
112 minutes | Apr 29, 2022
#68 O Buda sobre sociedade e política (com Marcelo Nicolodi)
Seres de todos os reinos, Muitas das nossas conversas tratam do tema da coexistência: somos seres sociais, inseparáveis de toda a vida humana e não-humana, e sabemos bem que durante essa "dança cósmica" (como Ailton Krenak já a chamou) não é incomum pisarmos uns nos pés dos outros; sabemos que queremos nos juntar para viver bem e nem sempre conseguimos. Sabemos também que queremos nos juntar para atuar coletivamente e nem sempre isso é fácil também; o nome dessa ação é política, e ela é parte desse episódio também. Em muitas das nossas conversas, a tradição budista forneceu referenciais e práticas. Assim sendo, pode ser muito relevante explorar, nos limites possíveis de um bate papo informal, a maneira como o próprio Buda lidou com esses temas da política e da sociedade. É verdade que os ensinamentos do Buda não os têm como foco principal, mas sim a liberação ou a iluminação de nós mesmos e de todos os seres, dependendo da tradição budista em questão. Mas não apenas a compaixão é central para qualquer escola budista, e a ação compassiva em prol de todos os seres é especialmente importante para o budismo Mahayana - além disso, o próprio Buda repetidamente tratou sobre vários aspectos ligados à sociedade, coexistência, política. Além disso, mais recentemente, termos como "budismo engajado" e "ecodarma" têm levado ainda mais a sério a importância de enfatizar a conexão entre a tradição budista e os temas sociais. Não é simples discutir registros orais de dois milênios e meio atrás, escritos posteriormente: o significado de textos antigos não é tão óbvio quanto pode parecer. Por exemplo, não necessariamente falar sobre monarquias ou o respeito às tradições é um endosso a esta ou aquela forma de governo, e em outros contexto ou no contato com outras classes de ensinamentos - ensinamentos sobre vacuidade, que evidentemente incluem classe social e gênero - vamos ver que o quão complexo é produzir uma interpretação dessas falas. Nem é simples tentarmos evitar sobrepor nossas próprios princípios sobre falas surgidas em outro contexto. Mas é uma complexidade que vale a pena ser explorada. É especialmente importante enfatizar que não é uma conversa voltada apenas para budistas. ;) O convidado para essa conversa é o querido Marcelo Nicolodi, tutor do CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodisatva), aluno do Lama Padma Samten, tradutor de vários livros budistas, dentre os quais a antologia "Budadarma: O Caminho para a Iluminação". Além das práticas e estudos, o Marcelo traz sua experiência com as Aldeias CEBB, que levam para a prática, e para a terra, a tentativa de coexistência benéfica com os demais seres humanos e não-humanos. É uma beleza de experiência sobre a qual conversamos também. Para explorar melhor a intersecção entre questões sociais e políticas, por um lado, e os insights de tradições contemplativas, por outro, vamos começar em breve um grupo de estudos combinando textos com ambas as abordagens, bem como práticas em primeira pessoa. O primeiro tema vai ser, como não?, amor. Mais informações: link na bio do insta @coemergencia ou em www.coemergencia.com.br. Ótimo programa para todo mundo e um grande abraço!
103 minutes | Mar 24, 2022
#67 Pachamama sem fronteiras (com Antarki)
Antaki é homem medicina, pertence à nação Quechua e é membro da Comunidade dos Povos Originários de Maras Ayllu. Nascido no Vale Sagrado dos Incas em Cusco, no Peru, foi iniciado há 20 anos na Sagrada Cerimônia de Oferenda à Pachamama e Limpeza Energética por abuelos Quechua e Aymaras. É portador e mestre das Cerimônias do Altar das Medicinas Andino-Amazônicas: ayahuasca, wachuma, peyote, hongos, rapé, sayri (tabaco), coca mama e kambô, certificado pela Igreja Nativa Americana Tatá Endy Rekowé da nação Guarani. Condutor de busca da visão, conduz e organiza retiros nos santuários de Cusco, como Machu Picchu, o Vale Sagrado dos Incas, lago Titicaca, entre outros. Criou o movimento "Pachamama sem fronteiras" e a escola Qori Kuntur. Em nossa conversa, Antarki compartilhou experiências da sua jornada pelos Andes e suas peregrinações pela América, nos contou sobre um período de 9 anos acompanhando o Lama Padma Samten no Cebb Caminho do Meio, em Viamão, e muitas outras histórias. Mas, para além das palavras que saem da sua boca, Antarki ensina na forma de ser, de se mover, na maneira como conduz as cerimônias e consagra as medicinas. A cada respiração, nos transmite a reverência pela vida e pelos elementos da natureza, nos aproximando daquilo que verdadeiramente somos, mas que por alguma razão podemos ter esquecido pelo caminho.
90 minutes | Feb 18, 2022
#66 O terrível e o incrível do trauma (com Liana Netto)
Seres de todos os reinos, somos o Coemergência, seu podcast surpresa que não tem dia e hora pra chegar, mas acaba sempre chegando. Esse episódio é resultado da curiosidade e das investigações de algumas e alguns de nós, especialmente após o lançamento do documentário "A sabedoria do trauma", que mostra o trabalho do médico e escritor Gabor Maté. Nos identificamos com muito do que foi exposto ali e, desde então, temos visto uma série de cursos, eventos online e conversas relacionadas a este tema do trauma. Nesse embalo, pesquisamos quem poderiam ser as pessoas mais indicadas para convidarmos para falar sobre esse tema no Brasil. E acertamos bem no alvo. A nossa convidada deste programa é a professora Liana Netto, formada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia, doutora em Medicina e Saúde pela mesma UFBA e Pesquisadora com ênfase na área de estresse pós-traumático e impulsividade. Ela ensina nacionalmente e internacionalmente cursos autorais e módulos da formação do método Experiência Somática, presenciais e online, e é também coordenadora da Pós-graduação em Psicotraumatologia, pelo Instituto Junguiano da Bahia e Escola Bahiana de Medicina. Dona de uma presença impressionante e encantadora, Liana nos apresentou uma visão ampla do trauma, em que podemos enxergá-lo não apenas como experiências devastadora e terríveis, mas também como mola propulsora que nos impulsiona a sermos maiores do que aquilo que nos desafia.
66 minutes | Jan 27, 2022
Regenerar #1 | Olhe para cima (com Alexandre Araújo Costa)
Seres deste maltratado planeta, por considerar que as questões da emergência climática e ecológica em que nos encontramos são as mais urgentes do nosso tempo e pelo fato de não ter a atenção merecida da grande mídia e do público em geral, em parceria com o XR Regenerar/@xr.regenerar), um dos grupos ligados ao Extinction Rebellion/@extinctionrebellion (Rebelião ou Extinção, movimento global que pressiona governos a responder de forma justa à emergência climática e ecológica), decidimos dedicar uma coluna para expor a enrascada em que nos metemos, e que ainda insistimos em não olhar, e para pensar em formas de transformação coletiva a partir delas. Para iniciar a coluna Regenerar, o Coemergência, representado por Alisson Granja, juntamente com os integrantes do XR, Emersom Karma Kontchog e Mariana Pinto, convidamos o respeitado cientista e ambientalista Alexandre Araujo Costa. Alexandre é professor titular da UECE e PhD em Ciências Atmosféricas pela Universidade do Estado do Colorado (EUA), com pós-doutorado na Universidade de Yale. O professor Alexandre foi um dos autores principais do 1º Relatório de Avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e trabalha com divulgação científica sobre a emergência climática há vários anos, destacando-se pela didática clara e inspirando com seu ativismo baseado, como ele mesmo diz, no pessimismo da razão e no otimismo da vontade. Esperamos que a coluna ajude a esclarecer o problema e sirva como um chamado à ação. Bom programa!
97 minutes | Jan 14, 2022
Interser #9 | Contemplações sobre a história da violência (com Leandro Rust)
O convidado da vez coluna Interser é o historiador medievalista Leandro Duarte Rust, da UnB. A conversa pode ser apresentada tanto como uma conversa sobre escrever a história da violência quanto como uma conversa sobre fazer tal coisa a serviço da não-violência. O pretexto é a publicação do livro Os Vikings: narrativas da violência na Idade Média (Vozes, 2021). Esse não é exatamente um livro sobre a violência das invasões vikings, mas uma análise das narrativas sobre tais invasões escritas no Império Carolíngio no século IX. Então, em alguma medida, a conversa trata da história da violência, e das histórias de histórias sobre violência. Mas definitivamente não fizemos uma conversa apenas para pessoas interessadas em história, nem especificamente em história medieval ou na história dos vikings. Investigar o passado é também, ou é bom que seja, investigar os referenciais que levamos à nossa investigação do passado. O próprio livro do Leandro dá um grande enfoque a vários aspectos dessa relação entre quem conhece e aquilo que é conhecido, e foi isso que discutimos em boa parte da conversa: pra começar, a instabilidade do conceito de "violência" e as consequências de presumirmos já de partida que temos a régua do que é ou não violento. Isso certamente limita a capacidade de historiadora(e)s de entender ações passadas e narrativas passadas, mas diz respeito também à nossa existência no mundo presente. Nessa mesma linha, discutimos também o papel da imaginação em nossa relação com o passado e o presente, a ideia de "estranhamento", a importância de expressar as incertezas na comunicação científica, dentre outras coisas. A conversa, como o livro do Leandro, pode ser vista ainda como uma perspectiva em prol da não-violência, interessada em não violência, tratando sobre processos violentos, escrita em um presente igualmente cheio de violências. Paul Ricoeur afirma, em um trecho utilizado pelo Leandro como epígrafe do livro: "A primeira condição à qual deve satisfazer uma doutrina autêntica da não violência é de haver varado toda a espessura do mundo da violência". Afinal, alerta ele, "um movimento não violento corre sempre o risco de limitar a ideia de violência a uma forma particular, à qual se opõe com obstinação e estreiteza...". As nossas concepções de violência nos cegam para outras ações, instituições, estruturas que violam a dignidade dos seres, criam hierarquias que desvalorizam suas vidas, habilidades, sua voz, mas que não reconhecemos como violentas. Então fica o desejo de que uma conversa sobre um aspecto desse mundo da violência e de sua abordagem aqui do presente dialogue com o desejo de quem nos ouve por um mundo não violento. Se você quiser apoiar o nosso projeto, é só ir em apoia.se/coemergencia. Tem muito coisa boa vindo por aí sobre questões climáticas, trauma e temas afins. ;)
82 minutes | Dec 20, 2021
#65 Autocompaixão Feroz (com Erika Leonardo de Souza)
Nesta edição do Coemergência, recebemos a querida psicoterapeuta, doutora em Ciências, e mãe dos pets Leonardo e Donatella, Erika Leonardo de Souza. Especializada em abordagens baseadas em Mindfulness e Compaixão, Erika é a pessoa certa, no lugar certo, para conversar com a gente sobre o tema de hoje: a autocompaixão feroz. Um dos temas mais recorrentes desse podcast é a compaixão. Afinal, se o mundo exterior coemerge com os referenciais dos sujeitos, ele sempre pode ser transformado. Para que a compaixão fizesse sentido para pessoas do mundo eurocêntrico do século XXI, a pesquisadora e psicóloga Kristin Neff, e outras profissionais seguindo suas trilhas, perceberam a necessidade de falar também em autocompaixão (ou, como nossa convidada prefere, compaixão autodirecionada). Essa abordagem nos ajuda a lembrar de que uma compaixão que nos exclui está incompleta e é impraticável: não vamos conseguir efetivamente cuidar dos demais seres sem antes cuidarmos de nós mesmos. O programa de hoje traz mais uma especificação muito importante e muito bem-vinda: ele trata da "autocompaixão feroz", título do livro mais recente de Kristin Neff. Ao falar nesses termos, Neff busca mostrar que, se é verdade que a autocompaixão às vezes se mostra em sua face "terna", em outros é necessário que ela assuma a sua dimensão de "ferocidade". É fácil perceber o quanto é necessário aprofundar a reflexão: para dar um exemplo dentre vários possíveis, como distinguir a ferocidade da raiva? E em um mundo que tantas vezes usa um discurso de rejeição da raiva para reprimir as vozes de minorias, como fazer tal distinção de um modo que não dê continuidade a esse silenciamento? Ao mesmo tempo, ainda que essa repressão exista, isso não significa automaticamente que a raiva seja a melhor ferramenta ao nosso dispor. Se for o caso, como trabalhar com essa energia quando ela se manifesta? Essas foram algumas das questões que Erika tratou com a gente. Não é surpreendente que as discussões de gênero sejam tão centrais no livro da Neff e para a nossa própria conversa. Neff começa seu livro dizendo que ela e todas as mulheres com quem ela fala sentem que “Há algo no ar”, e esse algo é o movimento das mulheres para se manifestarem no mundo na plenitude de sua humanidade, para além da suavidade que os papéis convencionais de gênero aceitam. Há muito tempo, sair desse script produziu um preço muito alto para as mulheres. Neff acredita que a afirmação, por parte das mulheres, do direito de ser feroz é uma contribuição imensamente importante para a liberação das opressões de gênero, e, a partir daí, potencializa também todas as outras lutas contra injustiças. Os referenciais e práticas da autocompaixão feroz são a maneira de Neff, Erika - e certamente também nosso e de todo mundo que está ouvindo -, de contribuir para a criação desse mundo livre de opressões. *** Você talvez perceba que estamos experimentando um formato um pouco mais parecido com uma roda de conversa do que exatamente uma entrevista. A única constância com que nos comprometemos, afinal de contas, é com a tentativa de fazer conversas relevantes, aprofundadas e bem-humoradas. Esperamos que gostem da brincadeira! *** Caso você queira apoiar nosso trabalho, cogite visitar nossa página no apoia.se/coemergencia! ;)
55 minutes | Dec 2, 2021
#64 Sofrimento mental é doença? (com Luciano Lobato)
Seres de todos os reinos, na nova edição do Coemergência, conversamos com Luciano Lobato, psicólogo clínico e mestre em psicologia que, de uns meses pra cá, vem chamando a atenção utilizando seu canal no Instagram como ferramenta de conscientização e "desorientação", segundo suas próprias palavras. Seu nome completo, Luciano Ernesto Lobato, ajuda a localizar suas raízes. O pai, socialista, veio do Chile na época do golpe do Pinochet. "Luciano" foi um amigo dele que morreu na resistência e "Ernesto" vem...sim, Che Guevara. Hoje, ele integra um grupo autogerido de terapeutas e traz em suas reflexões a noção de uma saúde mental politizada. Entre os temas que nos chamaram a atenção para que essa conversa acontecesse, estão principalmente as suas ideias buscando desconstruir a ideia de doença mental como algo existente por si só. Como você sabe, aqui no Coemergência também nos interessamos por apontar a ausência de existência inerente dos fenômenos, e achamos que esse é um debate importante para o nosso tempo. Caso você veja valor no nosso trabalho aqui no Coemergência e queira apoiá-lo, estamos em apoia.se/coemergencia. Outra forma de apoiar é divulgando pras pessoas no boca-a-boca, pra que possamos depender um pouco menos dos algoritmos. No nosso site, você pode cadastrar o seu e-mail para receber nossa newsletter e ter um acesso mais direto às nossas atividades: programas, rodas, cursos, etc. Bom programa!
107 minutes | Nov 19, 2021
#63 Transformação Social: visão e ação (com Andreas Hernandez)
O Coemergência #63 discute o tema da transformação social: como ela tem sido produzida coletivamente ao redor do mundo, por quem, com que tipo de visão e enfrentando quais tipos de obstáculos? Para discuti-lo, contamos com o conhecimento e a simpatia do querido Andreas Hernandez. Andreas Hernandez é – bom, ele é muita coisa. Já no começo da conversa, ele conta alguns episódios de uma biografia absolutamente cheia de plot twists. Se você não se interessa pelo tema, mas curte narrativas de ação, vale a pena ouvir no mínimo essa parte! Mas se você também valoriza reflexões muito ricas e articuladas e deseja atuar, ou seguir atuando, na montagem peça a peça da mandala de um novo mundo, esse episódio é para você. O Andreas tem se debruçado sobre o tema ao longo de sua carreira, que inclui um doutorado em Sociologia do Desenvolvimento pela Cornell University e, atualmente, a atuação como professor de Estudos de Sustentabilidade na University of New Mexico, nos Estados Unidos, com diversos artigos e filmes pelo caminho. Algumas de suas pesquisas, especialmente sobre agroecologia, envolvem o Brasil. Elas podem ser vistas, por exemplo, no filme Soil, Struggle and Justice: Agroecology in the Brazilian Landless Movement (Solo, Luta e Justiça: Agroecologia no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A importância da terra e da atuação coletiva são alguns dos pontos em comum entre o filme e a conversa que você vai ouvir em breve. Em linhas gerais, o Andreas parece enfatizar bastante a importância das visões de mundo. Mas não é uma concepção desencarnada de visão, e sim uma que surge de seres incorporados, atuando coletivamente, interdependentes com a terra com T minúsculo e a Terra com T maiúsculo. Ele também traz muitos exemplos concretos, o que é excelente para ampliar nosso senso do que é possível e do que pode ser adaptado criativamente em novas circunstâncias. Caso você veja valor no nosso trabalho aqui no Coemergência e queira apoiá-lo, estamos em apoia.se/coemergencia. Outra forma de apoiar é divulgando pras pessoas no boca-a-boca, pra que possamos depender um pouco menos dos algoritmos. No nosso site, você pode cadastrar o seu e-mail para receber nossa newsletter e ter acesso mais direto às nossas atividades: programas, rodas, cursos, etc. É isso! Esperamos que gostem do programa tanto quanto gostamos de gravá-lo e que ele te inspire a agir mais e melhor no sentido daquilo que você considera mais benéfico!
125 minutes | Oct 27, 2021
Interser #8 | A Cibernética do Self (com Letícia Cesarino)
A coluna Interser tem o prazer de receber novamente Letícia Cesarino, antropóloga e professora da UFSC. No início de 2020, discutimos as pesquisas dela sobre populismo digital, pós-verdade e bolsonarismo. Na época, ela também havia publicado a tradução de um artigo de Gregory Bateson, pensador que atuou na antropologia e em várias outras áreas: "A Cibernética do Self: uma teoria do alcoolismo", originalmente de 1971. A Letícia frequentemente traz em suas pesquisas e reflexões um componente do pensamento de Bateson, que é o olhar para o funcionamento de todo o sistema (incluindo as mídias digitais, por exemplo), sem presumir um centro de decisão unilateral, dominado por indivíduos descontextualizados, supostamente autônomos e estáticos. Óbvio que não é apenas ela que faz isso, mas nos trabalhos dela a força da cibernética e da teoria dos sistemas aparece com bastante clareza. O alcoolismo é o estudo de caso do Bateson naquela discussão em específico, mas o objetivo da nossa conversa é tratar de algo mais amplo, a concepção cibernética de self que Bateson propõe e que afirma encontrar também nos Alcóolicos Anônimos. O subtexto do artigo e da conversa é que nossas concepções sobre quem são os sujeitos e como eles se relacionam com o ambiente em que vivem têm consequências diretas sobre a qualidade dessa relação e, em última instância, sua capacidade de sobrevivência do sistema. Nos tempos em que nossa sobrevivência é ameaçada pela emergência climática, pelo neoliberalismo e por várias formas de violência da sociedade brasileira, incluindo o violento movimento que atualmente ocupa o governo e mobiliza parte da nossa sociedade, reconhecer as limitações de nossa visão e ampliá-la pode ser um bom negócio. Caso você se alegre com o movimento que fazemos aqui no Coemergência e queira nos apoiar, é só ir em apoia.se/coemergencia.
94 minutes | Oct 8, 2021
#62 O bem-estar como habilidade | Conexão
Seres de todos os reinos, está no ar o terceiro episódio da nossa série “O bem-estar como habilidade”: “Conexão”. Esse pilar inclui o aspecto relacional do bem-estar, componente fundamental nas tradições contemplativas e também presente nos estudos científicos mais recentes sobre a felicidade. Do lado das tradições contemplativas, vemos a importância de nos movermos pelo mundo gerando menos sofrimento e promovendo benefícios para os seres ao nosso redor e aprendemos a cultivar qualidades que nos apoiam a estabelecer relações mais genuínas e de modo mais não-excludente, ampliando nossos círculos de cuidado. O Budismo, por exemplo, fala das quatro qualidades incomensuráveis (bondade amorosa, compaixão, alegria empática e equanimidade), além de fatores como apreciação e gratidão. Do lado da ciência, diversos estudos vêm mostrando a influência que ter boas relações e redes de apoio exerce em nossa saúde psicológica e, inclusive, em nossa saúde física - em alguns casos, mais até do que fatores biológicos ou econômicos. Partindo desse pano de fundo, como fizemos nos outros programas, discutimos um pouco como vemos a importância das relações na experiência de cada um de nós, abordando o que está por trás delas contribuírem tanto para o nosso bem-estar; lembramos momentos em que nos sentimos com redes e outros em que nos sentimos isolados e os efeitos disso; falamos dos obstáculos que enfrentamos para cultivar relações e aprofundá-las; e levantamos como cada um tenta fazer para lidar com esses obstáculos e vários outros temas. Para completar, já guardem na agenda aí: na semana que vem, na quinta-feira dia 14/10, vamos fazer uma roda de conversa para seguirmos papeando sobre esse assunto juntos com vocês! Sempre ficamos empolgados e achamos incríveis esses encontros, então já estamos super animados por aqui! Que esse nosso papo chegue como uma boa companhia para vocês! Para nos apoiar: estamos no apoia.se/coemergencia.
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